Exposição: Texto Expositivo-Informativo
"Feira de Castro Verde"
A feira de Castro Verde é uma das maiores e mais antigas que se realizam no sul do país. Tem lugar no 3º fim-de-semana de Outubro, sendo o Domingo o dia principal da feira.
Em tempos, a chegada da feira de Castro era a tão aguardada festa que agitava anualmente o comércio do campo branco, em que o povo da vila e dos mais longínquos lugares do país vinham conviver e onde os nossos pastores e agricultores se vinham abastecer de provimentos e das mais variadas ferramentas para enfrentarem, desse modo, mais um ano de intenso e árduo trabalho. Nesta altura, os feirantes e negociantes de gado instalavam-se em Castro Verde, em casas particulares durante pelo menos uma semana, porque não havia a facilidade dos meios de transporte de hoje, daí que os mais velhos digam que a feira de Castro já não é o que era. Apesar dos novos tempos há tradições que a feira guardou: o polvo assado, a senhora das benzeduras, o homem dos cajados, as batatas doces cozidas...Continua a ser a grande feira do sul, apesar desta se ter “modernizado”, continuando a ser um dos maiores acontecimentos da nossa região, onde o visitante não ficará certamente indiferente a esta autêntica “romaria”.
A feira é um local onde se pode apreciar e adquirir quer o artesanato típico, quer a gastronomia da região, quer os sabores doces e, os frutos secos que tornam a nossa feira num verdadeiro tributo ao paladar.
O cheiro tão característico das castanhas assadas, que anunciam o Inverno rigoroso que não demora a sentir-se, as farturas que olham impacientemente para os visitantes, na esperança destes as levarem, o algodão doce que faz a delícia dos mais pequenos.
A feira de Castro é um local de encontro de gerações e etnias, onde nestes dias, a vila fervilha de ciganos, desalinhados e irreverentes, prontos a vender gato por lebre, africanos a venderem bonitos artefactos e peças decorativas de madeira e marroquinaria e chineses que nos trazem tecnologia barata de pôr os olhos em bico.
O som dos comerciantes a apregoar os seus produtos contrasta com o som da música que se começa a ouvir pelas ruas, das modas alentejanas cantadas alegremente pelos grupos corais da planície, das bandas filarmónicas que dão à feira uma intensidade e personalidade próprias e ao som da viola campaniça e do cante de baldão, capaz de inspirar os melhores trovadores a puxarem pela voz.
A feira de Castro é assim, a maior feira do sul do país e das que tem maior tradição, um evento único no Alentejo e que de certeza lhe irá deixar alguma saudade no coração.
Até para o ano!
Plano-Guia
Introdução:
- Pequena descrição da feira
Desenvolvimento:
- Tradição: Será que se está a perder?
- A feira
-Paladares
-Tradição
-Atesanato
-Música
-Cultura
Conclusão:
- Convite a visitar a feira
um pequeno aparte para quem gosta de poesia popular :)
Quadra alusiva à feira
Adeus ó feira de Castro
Que de longe te estou vendo
Já levo a ponta do pau gasto*
E as bordas do cu ardendo**
(A quadra da ironia e brejeirice popular em honra da feira, tal era o gozo)
* O pau era o cajado de guardar o gado
** As bordas do cu ardendo de tanto estar sentado na festança
Publicado por Duarte Luís